Comparando minhas aspirações e sonhos com de outras crianças... quanta diferença.
Fui educada em um lar religioso, com regras, fundamentos e espelhava-me na força, delicadeza, dureza, suavidade que via na minha avó Celina e no meu Pai com a liberdade, igualdade, força, sabedoria, fraternidade...
Sabia que poderia aprender muito e queria aprender muito.
Deveria ter orgulho e alegria por fazer parte de uma hierarquia.
Passei por todos os testes que a vida me proporcionou, ou melhor, que me proporcionaram, hoje tenho orgulho que passei com habilidade.
Conheci a Umbanda por causa da minha filha Luana, que nascerá com um problema que os médicos não conseguiam a solução. Uma má formação entre o esôfago e o pulmão. Sofremos muito.
Passei a participar de um Templo de Umbanda, fizemos tudo que pediram. Foi um grande, longo tratamento e nunca nos cobraram nada. Ela obteve o merecimento da cura. Nem os próprios médicos entendiam como não havia mais nada, contei o que fizemos.
Por este motivo sou eternamente grata a Sete Linhas da Umbanda e principalmente aos pretos-velhos que sempre me deixavam palavras de conforto e segurança, Pai Antônio do Congo, Pai José e Pai Emanuel, por eles sentia que poderia dar muito e colher muito. Sentia-me parte daquela família, nunca falhei em freqüentar e de participar de tudo naquele Templo, abraçava todas as oportunidades que me fora dado.
Jamais esqueci minhas origens, meu agradecimento, meu respeito é o meu amor aos Orixás que tudo fizeram também em minha vida.
Passei a estudar e dedicar-me a estes assuntos com as entidades da Umbanda aonde me deparei com uma particularidade, aprendizado que tinha obtido na minha vida, não em religião, mas a fé em Deus comum ás religiões.
Hoje, dirijo um Templo Umbandista com muito respeito e amor a todas as Entidades e Orixás.
Não me esqueço das Entidades que enxugaram minhas lágrimas, que abriram meus caminhos, curaram minhas feridas na alma e no corpo.
Nós temos que deixar claro qual a nossa religião, não ter vergonha, afirmar sou umbandista, amo minha religião, seus fundamentos, sua liturgia e seu ritual.
Apagar a imagem negativa que as pessoas em geral têm da Umbanda e lutarmos todos juntos para acabarmos com o preconceito.
Aprender a respeitar para sermos respeitados.
Ter a certeza que a Umbanda não vê: cor, poder econômico, status sociais, raça e preocupa-se com: a caridade, o amor, a ajuda, a justiça, a cura, alívio, a fraternidade, a união, respeito, a ética, etc...
Procuro passar com amor tudo que aprendi aos filhos da casa e a todos. Aos quais tenho um sentimento que invade meu coração, um orgulho quando ouço suas histórias de vitórias, o sorriso, o olhar, tirando suas dúvidas, quando são verdadeiros irmãos e sinto uma enorme dor naquele momento que a sua dor é a minha.
Que orgulho! Tê-los nesta casa a cada vitória e conquista de vocês me levanto para aplaudir e agradeço a minha mãe Oya por este grande presente, VOCÊS.